O castelo encantado No capítulo sétimo "KEJOYU" (Parábola do Castelo Encantado), Sakyamuni inicia contando a história de um Buda chamado Daitsu (ou Daitsuticho) que viveu em uma terra chamada Kojo (Bem Completa), na época Daisso (Grande Forma), em um tempo chamado sanzen-jintengo (ou seja, uma época situada a cerca de tres mil aeons vezes dezesseis milhões de anos, portanto no remotíssimo passado). Esse Buda Daitsu que era pai de dezesseis filhos, atingiu a iluminação e foi homenageado pelos filhos que imploraram para que o pai lhes ensinasse a Lei, para a salvação deles e das outras pessoas, de forma que pudessem obter a Sabedoria. O Buda então pregou o Sutra de Lótus para os filhos e as pessoas, durante muitíssimo tempo. Todos os filhos acreditaram e praticaram, enquanto muitas das outras pessoas tiveram dúvidas. O Buda Daitsu, então, após deixar a profunda meditação, dirigiu-se à audiência dizendo : "Estes dezesseis Bodhisattvas de excelente sabedoria empreenderam uma dificílima prática numa existência prévia da vida. Quem acreditar e acalentar a Lei que eles expõem atingirá a iluminação". O Buda Sakyamuni, então, continua (no sétimo capítulo do Sutra de Lótus) dizendo que todos aqueles Bodhisattvas já atingiram a iluminação, como Budas, e que estão ensinando a Lei em seus próprios mundos. E acrescenta que o décimo-sexto filho é ele próprio, Sakyamuni. Aqueles que o haviam ouvido pregar, desde aquela época remota de sanzen jintengo, e tiveram fé no Sutra de Lótus, dividiram-se em dois grupos. O primeiro foi constituído por aqueles que continuaram a prática e atingiram a iluminação. O segundo grupo abandonou, mais tarde, a fé no Sutra de Lótus e aceitou ensinos budistas inferiores. Estes últimos foram aqueles que renasceram como discípulos de Sakyamuni, na Índia, para ouví-lo pregar novamente o Sutra de Lótus e recuperar a fé, para atingir a iluminação. Assim, Sakyamuni relata a parábola do castelo encantado e da terra do tesouro.
"Existiu, certa vez, uma terra do tesouro num lugar muito distante. A estrada que lhe dava acesso era terrível e era quase impossível caminhar por ela. Certo dia, um grupo de pessoas resolveu ir a essa grande terra. Junto a eles, ia um excelente guia conhecido pela sua sabedoria e familiaridade com a estrada. Seu único desejo era superar todas as dificuldades ao longo do caminho e levar as pessoas ao seu destino, em segurança. Durante a viagem, entretanto, as pessoas ficaram cansadas e disseram ao guia : * "Estamos exaustos e esta estrada é horrível. O destino é muito distante para ser alcançado. Queremos voltar para casa". Ouvindo-os reclamar, o guia percebeu que seria terrível se as pessoas desistissem no meio do caminho, sem ver a terra. E assim, com poderes místicos, o guia fez um castelo encantado aparecer diante do grupo, e disse : * "Não percam a coragem. Não é preciso voltar. Vejam o castelo diante de vocês. Depois de entrar, terão paz e segurança." Animados, eles disseram : * "Nunca vimos um castelo tão esplêndido. Agora podemos descansar e esquecer as nossas preocupações." Com muita vontade, entraram no castelo encantado e descansaram, convencidos de terem encontrado a verdadeira felicidade. Logo, eles recuperaram os ânimos, mas então, para assombro de todos, o guia fez o castelo encantado desaparecer. Ele disse : * "Vamos partir. O verdadeiro tesouro não está longe. O castelo onde acabam de repousar é apenas uma ilusão que criei para vocês descansarem." E assim, o grupo pode continuar a viagem, pela difícil estrada, em direção à terra dos tesouros." Explanação Depois de
contar a parábola, Sakyamuni explicou o significado. Entretanto,
Daishonin inscreveu o Gohonzon para mostrar o princípio da transformação do castelo
encantado numa terra do tesouro, sem que precisemos ir a nenhum outro lugar senão dentro
de nós próprios. Quando fazemos nossa prática, recitando Daimoku ao Gohonzon, nós nos
manifestamos como entidades do Estado de Buda. Então, a nossa residência, não
importando onde esteja, transforma-se instantaneamente e simultaneamente em nossa própria
terra do tesouro. Para isso, precisamos, também, exercitar, com benevolência e
sabedoria, a prática de semear o Sutra de Lótus, adubando, irrigando e cuidando, com
carinho e devoção, da semente do Estado de Buda que existe na vida de todas as pessoas
destes nossos dias. Preciosa Colaboração de Márcio
Barros
marciojgbarros@zipmail.com.br |
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