Nada é permanente!
Havia um rei muito poderoso que
tinha tudo na vida, mas sentia-se confuso. Resolveu consultar os sábios do
reino e disse-lhes:
- Não sei por que sinto-me estranho e preciso ter paz de espírito. Preciso de
algo que me faça alegre quando estiver triste e que me faça triste quando
estiver alegre.
Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que o rei seguisse certas condições:
- Debaixo do anel existe uma mensagem, mas o rei só deverá abrir o anel quando
ele estiver num momento intolerável. Se abrir só por curiosidade, a mensagem
perderá o seu significado. Quando TUDO estiver perdido, a confusão for total,
acontecer a agonia e nada mais se puder fazer, aí o rei deve abrir o anel.
O rei seguiu o conselho. Um dia o país entrou em guerra e perdeu.
Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu
o anel porque ainda não era o fim. O reino estava perdido, mas ainda podia
recuperá-lo. Fugiu do reino para se salvar. O inimigo o seguiu, mas o rei
cavalgou até que perdeu os companheiros e o cavalo. Seguiu a pé, sozinho, e os
inimigos atrás; era possível ouvir o ruído dos cavalos. Os pés sangravam,
mas tinha que continuar a correr. O inimigo se aproxima e o rei, quase
desmaiado, chega à beira de um precipício. Os inimigos estão cada vez mais
perto e não há saída, mas o rei ainda pensa:
- Estou vivo, talvez o inimigo mude de direção. Ainda não é o momento de ler
a mensagem...
Olha o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito. Os inimigos estão
muito próximos, e aí o rei abre o anel e lê a mensagem:
"Isto também passará".
De súbito, o rei relaxa. Isto também passará e, naturalmente, o inimigo mudou
de direção. O rei volta e tempos depois reúne seus exércitos e reconquista
seu país. Há uma grande festa, o povo dança nas ruas e o rei está felicíssimo,
chora de tanta alegria e de repente se lembra do anel, abre-o e lê a mensagem:
"Isto também passará".
Novamente ele relaxa, e assim obtém a sabedoria e a paz de espírito.
Em qualquer situação, boa ou ruim, de prosperidade ou de dificuldades, em que
as emoções parecem dominar tudo o que fazemos, é importante que nos lembremos
de que tudo é efêmero, de que tudo passará, de que é impossível
perpetuarmos os momentos que vivemos, queiramos ou não, sejam eles escolhidos
ou não.
A ansiedade, freqüentemente, não nos deixa analisar o que nos ocorre com
objetividade. Nem sempre é possível, mesmo. Mas, em muitos momentos,
precipitamos atitudes que só pioram o que queríamos que melhorasse, e é na
esfera dos relacionamentos amorosos que isso ocorre quase sempre.
A calma, conforme o ditado popular, pode ser o melhor remédio diante daquilo
que não depende de nós... Manter as emoções constantemente sob controle é
pura fantasia e qualquer um já viveu a sensação de pânico ao perceber que o
que mais se valoriza está escapando por entre os dedos.
"Dar tempo ao tempo" não é sintoma de passividade, mas de sabedoria
na maior parte dos casos.
Autor Desconhecido ou ignorado