O Crocodilo e o Macaco
(Parábola n.º 57)
Uma vez, o Buda se converteu na vida de um macaco e viveu nas margens de um grande rio, no meio do qual tinha uma ilha onde cresciam em abundância mangas e outras frutas deliciosas.
Todo dia, o macaco ia até a ilha para comer e voltava para sua casa a tarde. Para que o macaco chegasse até a ilha tinha apenas um caminho: devia dar um grande salto até uma pedra que estava no meio e logo tinha que saltar novamente até as árvores frutíferas.
Naquele rio vivia também um casal de crocodilos. Um dia, a senhora crocodilo pensou que aquele macaco, tão grande e belo, poderia ser uma boa refeição, e pediu ao seu esposo que o pegasse para ela. O crocodilo esperou que o macaco fosse até a ilha e cautelosamente se colocou sobre a pedra do meio do rio, de modo que o macaco o confundisse com ela.
Quando o macaco estava pronto para voltar, olhou para a pedra e esta lhe pareceu que estava um pouco fora da água que de costume, porém isto seria impossível porque o nível do rio era o mesmo de sempre.
Pensou um momento, em um plano para descobrir o que estava acontecendo.
Assim, o macaco falou à pedra três vezes. Como esperava não obteve nenhuma resposta, então perguntou à pedra o motivo que nesse dia não queria falar, O crocodilo pensou que se a pedra geralmente respondia ao macaco, ele teria que fazer algo semelhante, então perguntou o que ele queria.
O macaco disse: “Quem és?”
Já descoberto, o outro animal respondeu: “Sou um crocodilo e vou te pegar para a janta.”
Como não havia outra rota para regressar a casa, o macaco ficou pensando.
Após um momento ocorreu-lhe uma solução: pediu ao crocodilo que abrisse sua boca para que pudesse pegá-lo quando saltasse. O crocodilo assim fez, o macaco saltou sobre ele e logo estava na outra margem do rio, onde chegou a salvo porque – segundo dizem – os crocodilos fecham os olhos quando abrem a boca.
Nesta Parábola, são exaltadas a inteligência e o valor do personagem representado pelo macaco, que é o Boddisatva portanto o BEM. O crocodilo, que é Devadatta, representa o inimigo do Buda, representa o MAL e também a estupidez. Desta maneira, a história poderia ser interpretada como uma caracterização do BOM com qualidades e do MAL com defeitos, onde o Bem triunfa sobre o MAL, em uma luta onde não se fere o vencido.
A tradução deste texto é uma preciosa colaboração de
Ely do Carmo Oliveira Gomes e-mail ely@pr.gov.br
Com ilustração de Sandro Neto Ribeiro contato@maisbelashistoriasbudistas.com
Referências bibliográficas
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As Mais Belas Histórias Budistas - http://www.maisbelashistoriasbudistas.com
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