A canção da união de mestre e discípulo

Ode ao meu mestre Jossei Toda

 

Poema do presidente da SGI, Daisaku Ikeda, alusivo ao dia 2 de abril, falecimento de Jossei Toda

 

Meu mestre,
homem de grande intelecto.
Uma vida inteira
de profunda compaixão.
Rigoroso,
mas também gentil.

Seu coração sempre ardia
manifestando um incontido
espírito de luta
contra a corrupção e a injustiça.
Foi um defensor da justiça.

Aos dezenove anos,
encontrei esse
grandioso mestre.
Estávamos no bairro de Ota.

Num instante,
senti-me abraçado
por esse homem corajoso.
Ao sentar-me
diante de Jossei Toda,
que havia lutado
com incansável dedicação
pela Lei e pela verdade,
chorei.

A vida dele
sempre brilhou
com suprema convicção.
Senti em sua profunda fé
uma ardente paixão.

Cada dia
era uma seqüência de dificuldades,
árdua batalha contra
a doença e a traição,
luta para seguir
o caminho de suas crenças,
enquanto as ondas de calúnia
e crítica
golpeavam sem parar.

Apenas mencionar
o nome Soka
atraía ofensas e insultos
de muitos.
Ignorantes,
as pessoas intolerantes do Japão —
uma nação que detesta
indivíduos de princípio e convicção,
que por direito
devem ser valorizados acima de tudo — nos trataram com aversão
e desprezo.

Mas, naquela situação,
meu mestre Jossei Toda
assumiu a liderança do Kossen-rufu,
algumas vezes
com um sorriso amável,
outras, com palavras rigorosas,
por vezes, com todo o entusiasmo,
dando sua calorosa risada.
Ele nada temia.

Toda foi mestre
de aguçada visão.
Jamais deixou passar
uma única falsidade ou mentira.
E quando soltava
seu rugido de leão
de condenação,
até mesmo o mais arrogante e
corrupto
tremia de medo.

Foi um mestre
de sorriso como a brisa primaveril.
Aquecia e comovia
o coração dos companheiros
congelados pela miséria
e pelo desespero.
Como o Sol,
abraçava a todos
com generosidade.
Irradiando a luz da
coragem e esperança,
deu ilimitada força às pessoas
para continuar vivendo.
União de mestre e discípulo —
este laço
é a chave do Kossen-rufu.

Digam o que quiserem,
a relação de mestre e discípulo
é eterna e indestrutível.
Mestre e discípulo,
unidos por laços de vida a vida,
como o diamante,
estendendo-se do passado
ao presente
E daí, ao futuro.

“Parábola da Cidade Imaginária”:
Este capítulo do Sutra de Lótus
fala, sem deixar dúvida,
dos discípulos que renascem,
constantemente,
na companhia de seus mestres
nas várias terras do Buda.1

Sempre,
em todas as existências
e em todas as eras,
nasceremos juntos do nosso mestre,
lutaremos ao seu lado,
triunfaremos com nosso mestre,
enquanto avançamos, eternamente,
pelo grande e nobre caminho
do Kossen-rufu.

Toda serviu de forma abnegada
e apoiou com toda devoção
seu mestre Tsunessaburo Makiguti,
que praticava de acordo
com os ensinos de Daishonin,
incorporando estas palavras:
“Sem tribulação
não haveria nenhum devoto
do Sutra de Lótus.”2

Toda alegremente
acompanhou Makiguti,
até mesmo na prisão,
suportando a adversidade
pelo bem da Lei.
Durante a guerra,
meu justo e correto mestre
foi preso por dois anos.
Esta nação perseguiu
implacavelmente
esse homem dedicado ao grande bem
e à mais elevada verdade.

Makiguti,
primeiro presidente da Soka Gakkai,
faleceu na prisão.
Meu mestre, Jossei Toda,
jurou provar o valor de seu nome
sem falta.
Irado, ultrajado,
esse defensor da humanidade
jurou que se tornaria
um indomável paladino da verdade
e empreenderia
uma incessante batalha
contra os inimigos inescrupulosos
que perseguiram seu nobre mestre.
Este é um fato famoso na história.

Seu grande despertar
em sua cela da prisão:
percebeu que o Buda
é a própria vida.
Compreendeu
sua verdadeira identidade
de Bodhisattva da Terra —
avançou sozinho,
após libertado,
pelas ruínas devastadas de Tóquio,
cumprindo o grande juramento:
propagar a Lei Mística
amplamente.

O mestre —
determinado a propagar
o budismo Nitiren
com devoção abnegada —
buscou jovens
que hasteassem alto
a bandeira da verdade e da justiça;
aguardou ansiosamente o
surgimento de discípulos
que se esforçassem
sem poupar a vida.

Minha vida foi moldada
pelo meu querido mestre
e pela Lei Mística.

14 de agosto de 1947:
dia de nosso encontro
como mestre e discípulo
nesta existência.
Naquele dia, naquele momento,
o coração desse mestre
e desse discípulo,
desde o remoto passado
uniram-se com vigor,
e a roda da Lei Soka
começou a girar outra vez,
fazendo fluir
a canção do compromisso
compartilhado.

A cortina se abriu
em minha altiva e gloriosa juventude.
Por onze anos —
3.885 dias —
servi ao meu mestre
com firme devoção
até o dia 2 de abril de 1958,
seu falecimento.

Ano após ano,
aumentava o número de discípulos,
e, em direta proporção,
as perseguições sem motivo
também se intensificavam.

“Depois de ter se tornado discípulo...
do devoto que pratica
o verdadeiro Sutra de Lótus
de acordo com os ensinos do Buda,
está destinado a enfrentar
os três tipos de inimigos.”3
O caminho de mestre e discípulo
é de grandes sofrimentos e
adversidades.

Como o coração humano
pode ser temeroso!
A empresa do Sr. Toda faliu,
iniciando uma avalanche de dívidas.
Diante da barreira da crítica pública,
os altos dirigentes da Soka Gakkai,
por quem ele tanto havia feito,
foram os primeiros
a abandoná-lo,
E, bruscamente, viraram a casaca
num ato de ingratidão descarada,
zombando e fazendo chacota
ao irem embora.

Todos os outros discípulos
também ficaram abalados,
cheios de dúvidas.
É deplorável que
até mesmo muitos dos líderes
o abandonaram.
Derramando lágrimas
de amarga frustração,
desdenhei deles, dizendo:
“Um dia, eles irão se arrepender de suas atitudes!”

Seu mais querido discípulo jurou:
“Sejam quais forem as dificuldades que me impuserem,
farei tudo que estiver ao meu alcance
para proteger meu mestre
até o fim de minha vida.
Não me preocupo com riqueza.
Dedicarei minha vida
a cumprir
as instruções
de meu mestre.”
Que discípulos covardes!
Que discípulos desleais!
Que arrogância e insensatez!
Que baixeza humana!
Não havia, nem de longe,
o mínimo de decência ou nobreza
naquele comportamento;
enlouquecidos pela covardia,
agiram com total depravação.

O discípulo bradou,
fazendo um solene juramento
tal como o rugido do leão
ecoando em direção ao céu.

Ó tolos e ignóbeis infelizes,
as divindades celestiais nunca
prestarão assistência a vocês!
Como são miseráveis,
Como são deploráveis!
Vocês sofrerão para sempre
vergonha e agonia muito maiores
do que a daquele que foi publicamente
condenado como ladrão.

Sem fé verdadeira,
esses indivíduos foram incapazes
de considerar Toda como seu mestre.
Sempre gozando de seu caráter
espontâneo e sincero,
nunca tentaram compreender
sua verdadeira identidade
como mestre do Kossen-rufu.

Nikko Shonin declarou:
“Daishonin ensina
corretamente a seguir o caminho
de mestre e discípulo
para alcançar o estado de Buda.”4

Como discípulo direto de meu mestre,
fiquei indignado.
Fiz sozinho uma profunda decisão.
Daria tudo de mim
para proteger cuidadosamente
meu mestre!
Daria minha vida,
deixando um modelo
para as gerações futuras
do que é ser
um verdadeiro discípulo.

Embora com pulmões doentes,
tossindo sangue,
lutei como um demônio,
com todo o meu ser.

Sentindo minha determinação,
O Sr. Toda advertiu:
“Daisaku!
Você vai acabar se matando!
Você está tentando
dar sua vida por mim.
Não quero isso. Você deve sobreviver!
Eu trocarei minha vida pela sua!”

O mestre
Valorizava o discípulo
com toda a sinceridade;
O discípulo
estimava o mestre
de todo o coração.
Foi nosso nobre drama
de mestre e discípulo.

Mahatma Gandhi disse:
“Um discípulo
é mais que um filho.
O discipulo
é um segundo nascimento.”5

Eu tinha orgulho em ser
discípulo de meu mestre.
Não importava
se alguém mais
notasse ou soubesse
de meus esforços.
Avançava com o orgulho
de transmitir corretamente
o supremo ensino budista
e lutar sinceramente
sob a liderança de
meu grande mestre do
Kossen-rufu.

Não tenho arrependimentos.
Não tenho, absolutamente,
nenhum arrependimento,
pois lutei cada batalha
até o fim,
protegendo fielmente o caminho
de mestre e discípulo.
Eu venci!

Certo dia,
caminhando com meu mestre
sob chuva torrencial,
sem saber como solucionar
um problema,
disse:
“No futuro, comprarei um carro
para o senhor utilizar.
E providenciarei para que
a Soka Gakkai
tenha seus próprios prédios!”

O Sr. Toda
concordou em silêncio.
E lágrimas
brotaram de seus olhos.

Jurei:
“Pagarei
todas as suas dívidas.
E verei o senhor
assumir a liderança do
Kossen-rufu
como presidente
da Soka Gakkai!”

Enfrentamos dificuldades
intermináveis,
indescritíveis...
Dias
de mares turbulentos,
ventanias cortantes,
sem saber
se o amanhã chegaria...

Durante todo o tempo,
o mestre manteve a fé
em seu único discípulo.
Voando bem alto nas asas
de sua magnífica visão
do Kossen-rufu,
ele compartilhou seus sonhos,
um após outro,
confiando a mim
sua realização.

“Vamos publicar um jornal da Soka Gakkai!”, disse.
“Vamos construir
uma universidade —
a Universidade Soka!”
A confiança total de um mestre — que glória maior pode haver?

Oh!
Chegou, enfim,
o dia da posse do Sr. Toda
como segundo presidente —
três de maio de 1951,
envolto em gloriosa luz do sol!
O triunfo do mestre foi
a maior alegria do discípulo.

O Sr. Toda expressou
sua decisão de converter
750 mil famílias.
Concretizar esse objetivo
tornou-se o ardente juramento
de minha juventude.

As expectativas do mestre
pelo verdadeiro discípulo
são realmente grandes.
E, então, com forte amor
qual um leão que ensina o filhote
a sobreviver,
O Sr. Toda treinou-me com todo rigor,
com severa benevolência,
dia após dia.

Meu mestre
lutava
vinte e quatro horas por dia.
Em incontáveis ocasiões
ele me chamou até sua casa,
no meio da noite.
Eu sempre voava para lá
com a rapidez de um falcão.

Depois de convocar-me,
realizávamos planejamentos
para o sucesso
de nosso movimento.
Só, nós dois,
com a disposição de trabalhar
para “garantir
a vitória de mil milhas”.6

Ele atribuiu a mim
as missões mais desafiadoras.
“Se você é meu discípulo,
vencerá!
Eu espero a vitória!”
nunca houve palavra
de elogio ou agradecimento
pelos meus esforços:
a marca do verdadeiro discípulo
é triunfar em todas as batalhas.

Eu me empenhei incansavelmente,
dei tudo de mim,
lutando com sincera devoção.
Em Kamata, Bunkyo, Sapporo,
Em Osaka, Yamaguti, Yubari,
Aonde quer que fosse,
levantava bandeiras de vitória
num número sem precedentes.
Empreendi novos avanços
para o Kossen-rufu.

Meu mestre disse
a alguns dirigentes próximos:
“Todos os locais
onde Daisaku esteve
conquistam
enorme crescimento
e grande vitória.
Observem essa prova real!”

Quando avançam junto
com seu mestre,
sua vida arde
de paixão e energia!
Quando pensam
em seu mestre,
sentem coragem
sentem-se fortes,
e conseguem extrair
sabedoria até o fim!

O Sr. Toda deu início a uma batalha
para estabelecer o ensino correto
para a paz da nação.
Assim, todos
desfrutariam
uma vida feliz e segura.
Foi uma batalha feroz
contra a natureza maligna
da autoridade,
provando as palavras
de Daishonin:
“Assim como as montanhas se
amontoam sobre montanhas
e as ondas seguem as ondas,
as perseguições se somam
a mais perseguições
e as críticas
aumentam as críticas.”7
Grandes perseguições caíram
sobre a Soka Gakkai
no verão de 1957 —
o Incidente com o Sindicato
de Mineradores de Yubari,
no norte,
e o Incidente de Osaka,
no oeste.
O jovem guerreiro
fez com que um hino
à vitória do povo
ressoasse na terra do norte,
Hokkaido,
antes de se apresentar
para o interrogatório,
intimado pela polícia de Osaka.

Nunca me esquecerei
da parada que fizemos
a caminho de Kansai,
no Aeroporto de Haneda, Tóquio,
onde meu frágil e doente mestre,
nove meses antes de falecer,
disse para mim, seu discípulo,
que enfrentava a prisão
quase certa:
“Se, por acaso,
você morrer,
correrei e ficarei ao seu lado,
irei lançar-me sobre seu corpo
e morrerei junto com você.”
Que palavras nobres e benevolentes!
Assim é o coração do mestre.

Chorei por dentro.
Firmemente decidido
a impedir que as autoridades
levantassem até mesmo um dedo
contra meu mestre.
Preso por falsas acusações,
suportei todo o peso
da opressão.

Mas o discípulo provou
a integridade do movimento Soka
para que o mundo inteiro visse:
vários anos após a morte do Sr. Toda,
em janeiro de 1962,
triunfei no tribunal
conquistando o veredicto de inocente.

A fé no budismo Nitiren
significa uma vida nobre e altiva
assumindo total responsabilidade
pela crucial missão do Kossen-rufu;
isso é uma vida
sem arrependimentos.

Confiante em minha vitória,
meu mestre,
grande defensor do mundo,
bradou dizendo que todas as vis
e invejosas falsidades
seriam refutadas.

Muitos dos discípulos
que subiram o degrau da fama
e caíram vítimas da avareza
abandonaram o Sr. Toda.
Embora alguns tenham se tornado
legisladores
pelo apoio sincero
dos companheiros Soka,
ou tenham assumido
posições de liderança
dentro da Soka Gakkai,
revelaram ser
covardes e desonrosos,
abandonando seu mestre
e pagando sua grande gentileza
com a mais vil ingratidão.

Meu mestre sempre dizia:
“O discípulo que se junta às fileiras
De pessoas de autoritária arrogância
não é mais discípulo,
mas sim um ingrato inimigo.”

Dentre os discípulos de Daishonin,
Somente Nikko Shonin
preservou a pura correnteza
dos ensinos de seu mestre.
Os outros cinco bonzos sêniores
foram arrastados pela corrupção.

Durante a guerra,
temendo as autoridades militares
da época,
muitos líderes da Soka Gakkai
renunciaram à fé.
Somente o Sr. Toda
tomou o coração
de seu mestre
como se fosse o seu
e levantou-se, decidido,
para proteger a Lei.
Como discípulo
de meu grande mestre, o Sr. Toda,
desde o momento em que o conheci,
aos 19 anos,
até o dia em que faleceu,
sempre o servi,
fiel e cuidadosamente,
dia após dia,
desde a manhã até tarde da noite.

Enquanto apoiava meu mestre,
que passava por batalhas
monumentais,
também construí a base
para este extraordinário
crescimento
da Soka Gakkai.
Desejo proclamar bem alto:
Este é o verdadeiro caminho
de mestre e discípulo!

Confio agora
aos jovens
o caminho dos verdadeiros discípulos
para as futuras gerações,
pois esta é a fórmula
para o desenvolvimento
grandioso e contínuo.

Em meio aos ferozes ataques
dos três poderosos inimigos
de todas as formas e tipos,
eu venci todos os obstáculos
e conquistei a vitória total,
sempre desejando apreciar
o sorriso no rosto de meu mestre
quando triunfasse.

É por isso que, para mim,
os dias que passei
junto do meu eterno mestre,
compartilhando seus sofrimentos
e alegrias,
e criando a história,
são todos coloridos pela vitória
e irradiam um brilho ofuscante.

Eu conquistei uma vitória decisiva!
Eu triunfei sobre tudo!
Este é um testamento
para o poder da fé
e o poder da prática
de mestre e discípulo
que compartilham
o mesmo compromisso.

Ah!
Cada dia, cada hora
que passei junto do meu querido
mestre — todas são,
sem exceção,
para mim,
brilhantes e douradas recordações.

Meu mestre,
defensor do budismo,
campeão da batalha,
defensor da verdade.
Realmente,
homem de grande sabedoria,
líder do povo.
Nos meses e dias
que passei
junto desse incomparável paladino,
deixei um imortal
registro de realizações
em minha juventude.

Meu querido mestre,
homem altaneiro.
Fui, realmente, afortunado.
De fato, mestre e discípulo
desfrutarão
vida de eterna e indestrutível
felicidade e vitória,
brilhando eternamente,
existência após existência.

Pensando em meu mestre,
falando de meu mestre,
percorri o mundo.

Cumpri cada juramento que fiz.
Das sementes das idéias
de meu mestre,
cultivei árvores fortes e altas,
com galhos verdes e luxuriantes,
elevando-se bem alto nos céus.

Nossas sedes regionais Soka
tornaram-se nobres fortalezas
das pessoas,
e são várias
em todo o país e pelo mundo afora.
Nosso jornal, Seikyo Shimbun,
tornou-se o grande bastião do
jornalismo.
A Universidade Soka
e as Escolas Soka
tornaram-se nobres fortalezas
da educação
que conquistaram admiração e
aclamação
em todo o mundo.

A Soka Gakkai,
que o Sr. Toda disse ser
mais preciosa para ele
que sua própria vida,
tornou-se um grandioso movimento
em prol da paz, da cultura
e da educação
abraçando 190 países e territórios
num feito que ficará
na história do budismo —
não, na história da humanidade!

A profecia de Sakyamuni
do Kossen-rufu mundial
e o desejo acalentado
por Nitiren Daishonin
da “transmissão do budismo
para o oeste”8
foram concretizados.

Assim como todos sabem,
um novo alvorecer de paz
para a humanidade
começou a brilhar
com todo esplendor —
a suprema visão do budismo:
o Kossen-rufu mundial.

Sou formado
pela “Universidade Toda”.
Havia um professor — o Sr. Toda,
e um aluno — eu.
Por dez anos,
o Sr. Toda me ensinou
ampla gama de matérias.

Como graduado
pela “Universidade Toda”,
recebi, até agora,
mais de duzentas
homenagens acadêmicas
de universidades e instituições
ao redor do mundo.
Junte a este feito outros 460 títulos
de cidadania honorária.

Eminentes intelectuais
elogiam essa realização
como uma conquista
sem precedentes
em todo o mundo.

Todas essas homenagens
são tributos que mostram a vitória
de meu querido mestre, o Sr. Toda.

A vitória do mestre
é a vitória do discípulo.
A vitória do discípulo
é a vitória do mestre.

A pessoa que,
a vida inteira,
dedica todo seu ser
a servir ao mestre,
torna-se o próximo mestre.
Esta é uma fórmula imutável
no budismo;
assim são os laços indivisíveis
de mestre e discípulo.

Nada consegue superar
o caminho de mestre e discípulo.
Sem um mestre na vida,
cai-se facilmente
na insensatez.
Sem um mestre na vida,
é fácil ser
egoísta, inconstante
e arrogante.

Assim como
pais criam filhos
em suas famílias,
também encontramos
professores ensinando alunos e
mestres treinando discípulos.
No mundo
esta é uma verdade
em todos os campos de
empreendimento
desde tempos imemoriais.

Paguei, por fim,
a dívida de gratidão que tinha
com meu mestre
nesta existência.
Um Sr. Toda de sorriso radiante
está em meu coração
em todos os momentos.
Até mesmo agora,
dia após dia,
realizo um diálogo interior
com meu mestre, perguntando:
“O que o senhor
faria em meu lugar?”

Não importando o quanto a
época seja obscura,
sempre que penso
em meu nobre mestre,
abre-se diante de mim
um caminho iluminado
por um raio de luz.

Ah!
O mestre é um espelho.
O mestre é esperança.
O mestre é força.
Quando o mestre estiver
em nosso coração,
jamais hesitaremos.
Quando o mestre estiver
em nosso coração,
jamais seremos derrotados.

Ah!
Meu querido mestre,
Sr. Toda!
O maior mestre do mundo,
Sr. Toda!
Meu eterno mestre da vida,
Sr. Toda!

Seu discípulo, Daisaku Ikeda,
triunfou com todo brilhantismo.
Na canção da minha vida
da união de mestre e discípulo,
deixei registrada uma
história imortal.

Meu compromisso
Com o caminho
de mestre e discípulo
é cada vez mais forte.

Hoje, mais uma vez,
com disposição,
avanço pelo
nobre e correto caminho
da propagação da Lei Mística!
Jamais terei
arrependimentos.
Com vibrante coragem,
continuarei a criar, com todo
vigor, um registro de valiosas
e triunfantes conquistas.

Pois este é
o caminho do budismo!
Este é o
caminho de mestre e discípulo!

4 de fevereiro de 2007,
Primeiro dia da primavera,9
Comemorando o 107o
aniversário
de nascimento de meu mestre, Jossei Toda.10

Auditório Mestre e Discípulo,
Sede da Soka Gakkai

Daisaku Ikeda

Notas:
1. Cf. LS7, pág. 140.
2. The Writings of Nichiren Daishonin [WND-1], pág. 33.
3. WND-1, pág. 391.
4. Fuji Nikko Shonin Shoden (Biografia Detalhada de Nikko Shonin). Tóquio, Seikyo Shimbunsha, 1974, vol. II, pág. 261.
5. Mahatma Gandhi, The Collected Works of Mahatma Gandhi (Obras Completas de Mahatma Gandhi). Nova Délhi, Divisão de Publicações do Ministério da Informação e Difusão, Governo da Índia, 1966, vol. XX (Abril–Agosto de 1921), pág. 370.
6. Cf. WND-2, pág. 391.
7. WND-1, pág. 241.
8. Transmissão do budismo para o Oeste: Nitiren Daishonin predisse que seu Budismo do Sol seria propagado a partir do Japão em direção ao Oeste, retornando aos países pelos quais o budismo havia sido originariamente transmitido e propagado em todo o mundo. Por exemplo, em “Sobre a Profecia do Buda”, Daishonin escreveu: “A lua surge no Oeste e derrama sua luz na direção Leste, mas o sol se levanta no leste e lança seus raios para o Oeste. O mesmo acontece com o budismo. Ele se propaga do Oeste para o Leste nos Primeiros e Médios Dias da Lei, mas será difundido do Leste para o Oeste nos Últimos Dias.”. (WND-1, pág. 401.)
9. De acordo com o calendário lunar.
10. Jossei Toda nasceu em 11 de fevereiro de 1900.

 

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