Após tomar os medicamentos por mais de
vinte anos, tive uma forte dor de cabeça e ao completar 22 anos, fiquei 20 dias em coma.
Eu estava completamente inchada e os médicos disseram para os meus pais que eu não iria
sobreviver; mas, de repente, acordei como se nada tivesse acontecido. Logo após fiquei
mais um mês internada, ocasião em que tive duas paradas respiratórias.
Nesta ocasião, ainda não praticava o
budismo, mas três amigas eram membros e constantemente me incentivavam para recitar o
daimoku, mas eu não me interessava. Quando tive alta do hospital, havia emagrecido 15
quilos e não conseguia caminhar. Até para tomar banho, tinha que permanecer sentada e
consequentemente, entrei em um processo de depressão profunda. Acabei internada numa
clínica psiquiátrica por sete vezes e minha vizinha, todas as ocasiões em que a
ambulância chegava, segurava em minha mão e recitava o Nam-myoho-rengue-kyo. Apesar
disto, eu não estava em condições de sentir nada, pois estava totalmente sedada. Tinha
que ingerir mais de nove anti-depressivos por dia, pois apesar da depressão não matar,
ela faz com que a pessoa perca o amor pela vida. Assim, lutei com todas as minhas forças,
fazendo terapia e aos poucos fui melhorando. Nesta época, decidi vir ao Japão, pois eu
não queria permanecer no Brasil, pois só me fazia lembrar de amargas lembranças.
Chegando aqui, fui morar num alojamento
muito distante do local de trabalho, onde precisava tomar três conduções por dia. Foi
nesta ocasião, que comecei a ver que não existe coincidência. Conheci um rapaz chamado
Luiz e ficamos muito amigos. Certo dia, ele me falou que era budista e perguntei-lhe se
era o budismo de Nitiren Daishonin e ele me disse que sim. Neste momento, lhe disse que
também havia chegado a participar em algumas atividades.
Paralelamente, sofri um acidente na
firma, onde desmaiei, bati a cabeça, trazendo sequelas no meu braço esquerdo. Tive que
parar de trabalhar, e nestas circunstâncias, pedi para o Luiz recitar o daimoku junto
comigo. Sem serviço, comecei a fazer marmitas para funcionários de uma firma, e fazia
sozinha uma encomenda de vinte refeições diárias, com o meu braço esquerdo totalmente
ser forças. Neste desafio, senti uma grande vontade de receber o Gohonzon.
Passo a passo, os benefícios foram
surgindo. O meu braço melhorou, sem a necessidade de operação. Casei-me com o Luiz e
comecei a sentir enjôos, descobrindo logo depois que estava grávida. No Brasil, os
médicos me disseram que jamais eu ficaria grávida, e se um dia ocorresse, o bebê
poderia nascer com graves problemas, devido aos calmantes que tomava. Mas, este foi mais
um sonho que sempre almejei e comecei a fazer o pré-natal, orando por uma gravidez sem
problemas e com o objetivo de receber o Gohonzon.
Tive o incentivo constante da
responsável de Chiba, Elisa, que me ligava quase que diariamente. Assim, comecei a
entender que a doença era o meu carma e que somente eu seria capaz de transformá-la.
Durante a gravidez, foi detectado que eu estava com toxicoplasmose, e o bebê poderia
nascer com deficiência na visão ou audição. Reforcei o meu daimoku, tomava os
remédios e nunca duvidei da força do Gohonzon.
Minha filha nasceu super-saudável e
perfeita e hoje ela está com seis meses e sem nenhum resquício de nenhuma doença.
Recebi a visita da Elisa no hospital e logo após, no dia 23 de janeiro, recebi o meu
Gohonzon.
Não recebi o Gohonzon pensando que os
meus problemas fossem acabar, mas que através das minhas orações eu possa adquirir a
sabedoria para resolvê-los. Hoje, digo com toda a convicção que não existe oração
sem resposta, desde que esta seja sincera e realmente venha do seu coração !
Hoje, já não tomo remédios há mais
de dois anos e estou saudável. Estou feliz com a minha família, mas a minha luta
continua. Quero fazer muitas outras coisas, quero poder transmitir um pouco desta alegria
para outras pessoas. Além disso, fico feliz em ouvir das pessoas que me conheceram no
passado, o quanto eu estou mudada. Sempre oro para a minha transformação interior e
tenho a absoluta convicção de que uma vitória pode ser alcançada, após grandes provas
e desafios. Obrigada para todos aqueles que sempre me incentivaram.