Meu nome é Georgeta Buganu, pertenço
a regional metropolitana Santana, da cidade de São Paulo. Atuo como responsável
de Distrito da Divisão das Senhoras do Distrito Mirante e pratico há 12 anos
juntamente com meus filhos..
Vim a conhecer o Budismo de Nitiren
Daishonin - por telefone - através de minha irmã de criação, Luciana. Na época,
ela praticava no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Após o término da minha
primeira reunião, conversei com uma senhora dizendo que o meu marido não tinha
sorte no trabalho. Em resposta, ela me disse que o meu marido deveria se achar o
pior homem que existe no universo e incentivou-me a recitar o
Nam-myoho-rengue-kyo.
A partir daquele dia comecei a
recitar o Nam-myoho-rengue-kyo por várias horas, e me esforcei muito para
aprender o gongyo (leitura do sutra). Logo, senti o primeiro benefício através
de meu filho caçula,, que era extremamente agitado e me dava muito trabalho, em
todos os sentidos. Ele começou a melhorar o rendimento na escola e ficou mais
calmo. Após um mês de prática provisória, recebemos o Gohonzon e senti como se
tivesse renascido naquele dia.
Meu marido é músico e pertencia ao
grupo Placa Luminosa. De início não fazia nenhum sucesso, mas após duas músicas
do grupo terem sido selecionadas para a trilha sonora de uma novela, o grupo
começou a participar de inúmeros programas de televisão e shows. Sentia-me tão
feliz que comecei a praticar fervorosamente sem falhar nenhum dia e comecei a
ensinar todas as pessoas com quem me encontrava, onde quer que eu estivesse,
seja no banco, no mercado, no ônibus, etc.
Os dirigentes da comunidade chegaram
a falar que minha fé era como a de fogo ardente, então recitava daimoku para
jamais cessar minha prática. Certo dia, fui convidada a fazer um relato de
experiência em uma reunião de bloco, e após o gongyo estavam presentes 28
convidados, dentre os quais - meus pais já falecidos e que estavam participando
pela primeira vez.
Tenho a grande felicidade de poder
ter ensinado o daimoku a meus pais antes deles falecerem e um ano após eu ter
iniciado minha prática. Passado algum tempo, eu e meu marido recebemos o cargo
de responsável de comunidade. Mas, após 5 anos de prática, meu marido veio a
abandonar o budismo, deixando-me sozinha com a responsabilidade de uma
comunidade.
Apesar das dificuldades, continuei
minha luta sozinha, conseguindo superar diversos obstáculos. Nesta época, o meu
marido começou a jogar, chegando a pegar folhas de cheque escondidas para
sustentar o seu vício, quando não tínhamos nem o que comer em casa, pois além
dele ter abandonado o grupo, ele estava desempregado.
Não desanimei e persisti em minha
prática, ensinando as pessoas com toda alegria. Foi assim que consegui adquirir
a sabedoria para cuidar das quitinetes que meu pai havia deixado de herança e
ainda consegui obter a pensão deles, na qual recebo até hoje. Dessa forma,
consegui obter o sustento para a minha família, inclusive pagando a faculdade
dos meus três filhos. O dinheiro rendia a ponto de jamais nos faltar nada.
Nesta época, consegui superar outra
adversidade, o carma da doença. Comecei a ter crises de bronquite terríveis, mas
mesmo assim não deixava de lutar e participar nas reuniões, houve ocasiões em
que saia da reunião direto ao hospital, pois não conseguia respirar. Desta
forma, transformei mais um aspecto da minha vida e hoje tenho uma saúde de
ferro.
Há dois anos atrás, pedi a meu
marido que buscasse o dinheiro do aluguel para que pudesse pagar as contas. Ele
demorou três horas e quando chegou em casa havia gasto todo o dinheiro em jogo.
Então, decidi me separar, mas cedi uma das quitinetes para ele morar. Sofri
muito durante esse tempo, mas não desanimei.
Li e reli a frase das escrituras de
Nitiren Daishonin que diz: "Mesmo que fosse possível errar ao apontar a terra,
que alguém fosse capaz de unir os céus, que a maré não tivesse fluxo nem refluxo
e que o sol se levantasse no oeste, jamais aconteceria das orações do devoto do
sutra de lótus ficarem sem serem concretizadas."
Foi assim que meu marido acordou
para vida e voltou a trabalhar, tocando com o grupo Art Popular. Gradualmente,
ele passou a ajudar com as despesas de casa e mesmo sem praticar, começou a
ensinar outras pessoas o Nam-myoho-rengue-kyo, trazendo os músicos da banda até
em casa, para que eu pudesse incentivá-los.
Com isso, consegui montar um estúdio
de gravação para meu marido e meu filho, que hoje trabalham juntos. Meu filho é
técnico em gravação e os arranjos do meu marido começaram a fazer sucesso
através de artistas como Ana Júlia, os Vagabundos, entre outros.
Passado um ano, minha sogra, de 86
anos, adoeceu muito e descobrimos que estava com câncer e sentia tanta dor que
não conseguia dormir. No mesmo dia, fui participar de uma reunião onde recebi os
incentivos para transformar o carma da minha família e decidi no dia seguinte
resolvi ir até lá, em Brasília, ensinar o daimoku.
Conversei com todos a respeito do
budismo, ensinei o Nam-myoho-renge-kyo e coloquei todos para recitar uma hora de
daimoku comigo. A partir desse dia, todos começaram a dedicar na prática: minha
sogra, minha cunhada, minha sobrinha e a esposa de meu cunhado. Nesse período,
consegui reformar a casa de minha sogra fazendo uma grande sala para que
pudessem vir a receber o Gohonzon. Hoje, todos se tornaram budistas e apesar da
minha sogra estar doente, ela não sente mais as dores horríveis que sentia. Os
membros de Brasília estão realizando três horas de daimoku em sua casa, todos os
sábados visando o seu bem-estar. Hoje, já concretizei o chakubuku para 53
famílias, sendo que muitos se tornaram grandes valores.
Gostaria de finalizar com mais um
grande vitória, pois através das atividades da Soka Gakkai consegui superar o
medo de falar em público e agradecer ao nosso mestre presidente Ikeda que trouxe
o budismo ao Brasil para que pudessemos praticar esta maravilhosa filosofia.
Muito Obrigada.