Meu nome é Maria Aparecida Kamada,
sou de Ribeirão Preto e estou no meu oitavo ano no Japão, residindo na província
de Aichi. No Brasil, comecei a praticar desde criança, mas chegando aqui,
acabei perdendo o contato com a organização e acabei desanimando na prática
da fé.
No mês de junho do ano passado,
tive o meu primeiro contato com o Grupo Renascença e após passar por várias
dificuldades, decidi recomeçar minha prática budista. A partir desta data,
decidi não falhar na recitação do gongyo e do daimoku, mesmo acordando às
4 horas da manhã e consegui vencer a mim mesmo. No final de setembro, resolvi
ter mais um filho e no mês seguinte, achei que estava grávida, mas comecei a
ter hemorragia contínua durante o período de uma semana. Logo, confirmei
minha gravidez, mas sentia que algo estava estranho.
Na consulta médica, fiquei
transtornada com que ouvi, que eu estava grávida, mas não conseguiam
localizar o feto. O médico solicitou para que eu aguardasse durante uma
semana, e caso o feto não fosse encontrado seria necessária uma intervenção
cirúrgica. Decidi voltar após dois dias e não constatando nada no ultrasom,
enviou-me para outro hospital.
Comecei a recitar o daimoku, com o
objetivo de encontrar um médico que solucionasse o meu problema. Na consulta,
foi-me dito que haveria três hipóteses: 1 - gravidez extra-uterina; 2 - o
feto estaria deslocado, mas poderia descer ao útero e 3 - eu já teria
abortado. Ele me solicitou mais uma semana, e em caso de dores, eu teria que
chamar a ambulância imediatamente, pois poderia ser fatal.
Voltando para casa, continuei
recitando o Daimoku. A noite senti algumas dores, mas aguentei até o dia
seguinte. De manhã, liguei ao hospital o médico pediu para que fosse com urgência.
Ao chegar, foi constatado uma grande hemorragia interna e os médicos
demonstraram sua surpresa e pavor, pois naquela situação era para eu estar
sentindo dores insuportáveis e caso não houvesse uma cirurgia imediata, a
minha vida corria sério perigo.
Neste momento, fiquei ciente que havia perdido o bebê.
Até aquele momento estava calma, mas ao ver a ansiosidade do médico, fiquei
desesperada e comecei a pensar em meu filho que estava no Brasil. Ao mesmo
tempo, lembrei-me da seguinte orientação de um veterano: "Não importa
quantos anos venha a viver, mas sim, que o tipo de valor que foi criado numa
existência. Os senhores contribuirma para a felicidade de quantas pessoas ?”.
Pensei comigo, não posso morrer
agora sem ter concretizado a minha missão, não consegui criar nenhum valor e
concretizar nenhum chakubuku. Entrei na sala de cirurgia recitando o Daimoku e
a partir daí, comecei a sentir uma calma inexplicável. A cirurgia foi um
sucesso, os médicos ficaram surpresos, pois nenhum órgão teve de ser
retirado. A minha recuperação foi rápida e em pouco tempo tive alta.
Muitas pessoas estavam preocupadas
achando que iriam me encontrar deprimida, mas pelo contrário, devido esta
dificuldade, pude me fortalecer e sentir a grandiosidade desse Budismo e agora
sinto que despertei realmente para a prática da fé.
Após esse grande benefício,
comecei a desafiar três horas de daimoku diários, visando a minha vitória
no campo profissional. Nesta época, trabalhava numa fábrica, mas o meu
objetivo era atuar na área educacional, pois sou professora. Como não existe
oração sem resposta, fui convidada para trabalhar em uma escola e após um mês,
fui promovida a coordenadora pedagógica. Nesse período, fiquei sabendo que
da inauguração de um colégio bilingue (português-japonês) perto da minha
casa, só que a seleção era muito rigorosa. No dia da matrícula do meu
filho, o diretor me convidou para uma prova a ser realizada no dia seguinte.
Nesta mesma noite sofri um ataque alérgico, onde mal consegui dormir e no
instante que a prova foi entregue, senti um calafrio e um branco em minha
mente. Comecei a recitar o daimoku para evidenciar a minha sabedoria, ciente
de que no budismo não existe meio termo: ou é vitória ou derrota.
Depois de uma semana, recebi um
telefonema dizendo que tinha sido aprovada. Como prova do meu esforço, após
dois meses na escola, eu fui convidada pela coordenadora pedagógica para
direcionar um trabalho denominado ISO 12000, visando mostrar as qualidades
educacionais deste colégio.
Hoje, tenho uma vida muito atarefada e agitada, mas
desafio pelo menos uma hora de Daimoku todos os dias. Gostaria de finalizar
com uma orientação do presidente Ikeda que
diz: "Nós que praticamos o Budismo de Nitiren Daishonin, não
estamos aqui somente para receber benefícios e transformar nossa vida.
Isso
é consequencia do esforço que empreendemos por cumprir nossa missão como
Bodhisattvas da Terra. Devemos nos orgulhar de poder levar às pessoas a fórmula
para transformar a vida sem nada receber em troca a não ser o sorriso
estampado em suas faces devido à felicidade que conquistam diariamente."
Muito Obrigada !
Preciosa Colaboração de
Charles Tetsuo Chigusa
chigusacharles@hotmail.com Tóquio - Japão