Meu
nome é Rosa Nedachi Takiy e pratico o budismo de Nitiren Daishonin há 27
anos. Durante todos estes anos, jamais me afastei da organização ou deixei
de recitar o gongyo e daimoku. Em diversas ocasiões, embora cansada, não me
permitia falhar, pois sempre fui rigorosa comigo mesma e com esta atitude pude
obter diversos benefícios.
Gostaria
de relatar, um grande desafio que enfrentei junto ao meu pai e se tornou de
grande significado para ambos.
Desembarcamos
no Japão com o objetivo de sanar a imensa dívida adquirida com a falência
da firma do meu marido, meta que alcançamos após três anos de muito
trabalho. Após esta luta, começamos a pensar no futuro e o desejo de ter um
filho tornou-se concreto. Porém, não podíamos deixar o tempo passar, pois
devido a minha idade, seria uma gravidez de risco. Infelizmente, o nosso
desejo não estava sendo possível.
No
final de 1998, fomos ao Brasil rever a família e fizemos diversos exames para
detectar a causa da infertilidade. Assim, foi constatado que o percentual de
espermatozóides vivos do meu marido era muito baixo e que seria quase impossível
conseguir a ovulação por meios naturais. Além disso, foi diagnosticado um
pequeno mioma e no meu regresso ao Japão, deveria realizar exames semestrais
para acompanhar sua evolução.
Refletimos
sobre a nossa situação, e pensei em adotar uma criança, mas Luiz, meu
marido, foi bem categórico em buscarmos primeiro, um filho natural.
Nesta
época, já estávamos fazendo planos retornar ao Brasil em definitivo, para
que fosse possível uma inseminação artificial.
Paralelamente,
continuava lutando dentro da organização, pois estávamos na maior luta
visando à convenção em Gifu. Em meados de março, comecei a sentir sono, náuseas
e urinar em excesso, mas jamais imaginei que poderia estar grávida. Assim,
continuei trabalhando e participando em todas as atividades da Gakkai.
Certo
dia tive uma forte hemorragia e logo pensei em alguma doença grave.
No hospital, o médico informou que eu estava grávida, porém com
princípio de aborto. Como estava com dois miomas, esta era a única chance de
ter um filho, pois com o crescimento do útero os miomas também aumentarão e
após o parto será necessário retirá-lo.
Além disso, a criança iria nascer prematura e como ficaria espremida
entre os miomas, que iriam consumir a maior parte do alimento destinado a ela,
nasceria com pouco peso e talvez fosse necessário encaminhá-la para um
hospital em condições de mantê-la vivo.
Quanto
a mim, o médico informou que com o passar dos meses, iria sentir dores devido
aos miomas e deveria ficar em repouso absoluto durante toda a gestação, e se
necessário ficaria internada por tempo indeterminado.
Naquela
hora, não sabia se chorava ou ficava feliz, pois era uma mistura de
sofrimento e alegria, mas eu e meu marido tínhamos uma certeza, ter este
filho, e estávamos cientes desta grande batalha.
Lembro
que nem sabia o que era um mioma, chegando a pensar que o nenê ficaria todo
deformado. Logo, não me
permitiram sequer ir para casa arrumar meus pertences, fui levada de cadeira
de rodas para o quarto e fiquei em repouso absoluto.
Fiquei
internada por um mês e nesse período, recebi inúmeras visitas e incentivos.
Quando retornei para casa, determinei que seria vitoriosa a todo custo, pois o
budismo é vitória ou derrota. Lembrei
de que não há oração sem resposta. Assim, fiz um calendário registrando
toda a minha luta, do início da gravidez até a data de nascimento do nosso
filho.
A
cada consulta, eu aumentava as horas de Daimoku, pois as palavras do médico
eram de que problemas maiores iriam surgir. Comecei recitando 3 horas de
daimoku, depois 4, 5, 6, e 7 horas, fiz durante 3 meses sem falhar um dia e
todo dia 10 de cada mês, fazia 10 horas de Daimoku. Por último, durante o mês
final da gravidez, fiz 10 horas de Daimoku diariamente.
Mesmo
cansada não me permitia falhar, pois sentia emanar uma força muito grande
dentro de mim, uma grande responsabilidade pelo destino de nosso filho.
Paralelamente, conversava sempre com nosso filho e incentiva-o dizendo, você
tem que vencer, tem que ser mais forte que o mioma, que está tentando
consumir toda a sua alimentação.
Determinei
que os miomas não cresceriam além dos 10 cms e de fato,
eles diminuíram. O médico alegou que o mioma não diminui na
gravidez, pois ele se alimenta dos nutrientes destinados a criança, mas
comprovamos que os miomas diminuíram de tamanho.
O
mais interessante é que o médico havia dito que com o crescimento do nenê,
os miomas ficariam espremidos e que iria sentir dores, mas, não senti nenhuma
dor durante toda a gravidez, sendo que os miomas diminuíram de 9.3 cm para
7.1 cm, e o outro ficou menor ainda, pois diminuiu de 7.9 cm para 4.3 cm.
O
médico ficava admirado com o desenvolvimento do meu filho, chegando a duvidar
da máquina, que acusava um peso maior do que ele previa. Houve uma ocasião,
que ele não se mexia e o médico mostrou um ultra-som na qual meu bebê
estava usando o mioma como um travesseiro, pois estava com a cabeça sobre o
mioma.
Meu
marido, Luiz, me deu todo apoio, indo em todas as consultas comigo, mesmo
cansado e com sono, pois trabalhava de madrugada. Além disso, recitava de 5 a
6 horas de daimoku no trabalho e voltando para casa, ajudava nos afazeres domésticos,
pois eu estava de repouso absoluto.
O
parto foi marcado para 15 de novembro e consegui chegar as 38 semanas. Devido
um dos miomas estar localizado na saída do útero, tive uma cesariana.
O peso do bebê superou as expectativas, alcançando 3.580 kg.
Para
minha surpresa, o médico anunciou que eu poderia ter outro filho se quisesse,
e após todos os exames não foi constatado nenhuma anomalia. Para finalizar
nossa felicidade, o presidente Ikeda, deu o nome de Koiti para nosso filho,
que significa em japonês, o primeiro em saúde.
Agora,
o nosso maior objetivo é estimular Vinicius Koiti a se tornar um imensurável
valor humano e que possa dedicar sua vida em prol das pessoas, viajando pelo
mundo e propagando a paz como o nosso mestre.
Gostaria
de agradecer ao meu marido Luiz, pois em todos os momentos esteve junto comigo
e para todos os companheiros, pela grande força que nos deram, pois
conseguimos ser vitoriosos.
Muito
Obrigada!
Preciosa Colaboração de
Charles Tetsuo Chigusa
chigusacharles@hotmail.com Tóquio - Japão