Relato de Experiência
Meire Alves dos Santos Hiratsuka 


Meu nome é Meire Alves dos Santos Hiratsuka, moro na cidade de Fuji, província de Shizuoka e sou membro do grupo Renascença. Conheci o budismo de Nitiren Daishonin em 1974, aos nove anos de idade, em São Paulo. Nessa época, minha família havia perdido a casa, pois, devido à construção da rodovia dos Imigrantes, o imóvel foi desapropriado. Nesta época, com a quantia paga pelo governo referente ao imóvel, somente foi possível adquirir um terreno e construir um cômodo e um banheiro.

Minha mãe estava grávida e meu pai, depois de treze anos de trabalho foi despedido. No dia da mudança, houve um temporal tão forte, que arrastou todos os móveis e estragou tudo o que tínhamos.

Foi nesta época que conhecemos o budismo de Nitiren Daishonin, mas somente vim a sentir a força do Nam-myoho-rengue-kyo aos 18 anos, pois um dia, ao retornar do colégio, minha mãe colocou o jantar e somente tinha arroz para comer. Nesse dia, chorei em cima do prato com a determinação de que minha família não passaria mais necessidades.

Meu primeiro benefício foi arrumar um emprego e assim, com todos trabalhando, muitas mudanças ocorreram e minha família pode desfrutar de uma casa melhor e confortável. Em 1984, em meio aos ensaios para o Festival Cultural, ouvia dos veteranos as orientações do presidente Ikeda. Fomos incentivados a lançar objetivos e transformar nossas vidas para encontrarmos vitoriosos com Sensei.

Comecei a ler suas orientações e também a obra Revolução Humana. Assim percebi o quanto era grandiosa a luta do presidente Ikeda e me senti totalmente fortalecida e pronta para enfrentar qualquer obstáculo.

Os ensaios eram realizados em meio ao sol, chuva e lama e mesmo sem dinheiro para o lanche ou condução, estávamos presentes todos os domingos. E, através desta luta, que conseguimos transformar o nosso problema financeiro. Aos 19 anos, quando encontrei com o presidente Ikeda pela primeira vez, no festival de 1984, senti que ele era o meu mestre.

Em 1988, quando tinha 23 anos, meus pais vieram a se separar. Sobraram muitas dores e dívidas a serem pagas. A luz foi cortada e as reuniões que eram realizadas em casa, deixaram de ocorrer. Eu voltava da faculdade e fazia o meu gongyo no escuro. Minha mãe parecia ter morrido com tudo o que aconteceu e eu tive que empenhar todas as minhas forças para que ela se reerguesse. Eu pensava: eu sou a responsável pela minha família.

Recitei o daimoku por muitas noites, chorando na frente do Gohonzon para transformar o nosso carma, mas os obstáculos não cessaram. Um dia, quando estava no trabalho, comecei a sentir fortes dores e febre alta. Meus colegas de trabalho levaram-me ao hospital e foi constatado que eu estava com infecção urinária. Fui medicada a seguir, mas a infecção retornava constantemente.

Em 1990, eu fazia parte do grupo Taiga (Grupo de Dança da BSGI) e como sentia fortes dores, fiquei impossibilitada de participar de muitos ensaios, mas como sempre estudávamos a Revolução Humana, fiquei sabendo mais sobre a vida do presidente Ikeda e sua luta e assim, obtive forças para continuar.

Passei por vários médicos que não descobriam o que eu tinha e o que causava a infecção. Um dia, o diretor da empresa me comunicou que iria me despedir, pois eu estava faltando muito ao serviço. Relatei o meu problema de saúde e para minha surpresa, ele indicou um primo que era médico especialista. Finalmente, depois de vários exames, foi constatado o meu problema: refluxo, ou seja, a urina da bexiga retorna para os rins. Também, foi constatado que meu rim esquerdo é pequeno e funciona somente 10%, e o direito apenas 50%.

O médico explicou sobre esta operação, mas seria necessário dois medicamentos importados dos Estados Unidos que custavam 500 dólares cada. Eu não possuía condições financeiras e o hospital não autorizaria uma operação que nunca havia sido realizada antes. Voltei para casa e recitei o daimoku com a convicção de que conseguiria uma solução para o meu problema. Nesta época, solicitei para um dirigente que escrevesse uma carta em japonês para o presidente Ikeda, falando sobre a minha decisão de vencer esta batalha, lutar pela paz e recebê-lo em terras brasileiras.

Mais uma vez, fortaleci minha fé através da frase de Nitikan Shonin que diz: “Pelo simples fato de recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, todo pecado será perdoado, toda justiça será provada e nenhuma oração ficará sem resposta”.

Expliquei a situação ao diretor da empresa e ele se prontificou a pagar pelos medicamentos. Fiquei muito agradecida, mas minha família passaria por necessidades, pois ele iria descontar parte do meu salário. Mas, como não há oração sem resposta, o médico me comunicou que o hospital iria doar os medicamentos e autorizar minha operação.

Tudo foi realizado com total sucesso, meu problema de refluxo foi solucionado e mais uma vez pude comprovar a força do Gohonzon e a grandiosidade do nosso mestre e da nossa organização que sempre me apoiou. Em 1993, pude reencontrá-lo no Centro Cultural Campestre da BSGI.

Casei-me em 1995 e vim ao Japão no ano seguinte. Sofri, chorando de saudades do Brasil e de meus familiares, como também senti o quão árduo é o trabalho na fábrica e o entendimento devido a barreira da língua. Mas, em meio às dificuldades, foi com grande alegria que comecei a participar nas reuniões do Grupo Renascença.

A reunião de palestra em português mais próxima era na cidade de Shimada, a qual íamos mensalmente de trem. Assim, com os incentivos dos companheiros e o apoio do meu marido, decidi arrumar um novo emprego e consegui um serviço numa empresa de telefonia. Logo, tirei minha carta de motorista e comecei a estudar a língua japonesa.

Depois de um ano, começamos a localizar os membros que moravam nas redondezas e começamos a realizar as reuniões em Fuji. Nas convenções do grupo Renascença realizadas em Hamamatsu, Toyohashi e Fuji, nunca medimos esforços ou distância. Por exemplo, a viagem até Gifu durou cerca de 5 horas, mas foi através desta luta que conseguimos adquirir um carro para ser útil ao kossen-rufu e também três imóveis no Brasil.

Em março de 1997, fiquei grávida e devido aos meus rins, comecei a passar mal no oitavo mês de gravidez. Meus vizinhos me levaram ao hospital e o médico solicitou minha internação imediata. No dia seguinte, eu e o meu esposo fomos informados que a criança estava sofrendo e ela estava apertando meus rins, coração e bexiga e caso uma cirurgia não fosse realizada de imediato, o bebê poderia morrer.

Passamos toda a madrugada recitando o Nam-myoho-rengue-kyo para que tudo desse certo e no dia seguinte, minha filha nasceu com 1,63 quilos. Ela era muito pequena, mas nasceu com a saúde perfeita. Quanto a mim, a medicação afetou o coração, estômago e rins e fazia o daimoku deitada para que melhorasse o quanto antes.

Saí do hospital e participei de uma reunião de intercâmbio com membros japoneses e dediquei esta luta à minha filha, que permanecia na incubadora do hospital. Mas, uma semana antes do término de 1997, minha filha recebeu alta, após 45 dias de internação. Passado algum tempo, o meu sogro e outras pessoas que haviam visto minha filha, disseram-me que não acreditavam que ela iria sobreviver.

Hoje, ela me acompanha em todas as atividades e faz o daimoku comigo e sei que tudo foi graças a luta empenhada dentro da organização, onde não medimos esforços e distância para concretizarmos o kossen-rufu.

Atualmente, estou lecionando em uma escola brasileira em Fuji e posso dizer que somos uma família feliz ! Hoje, estamos fazendo da região de Shizuoka o local da nossa luta em prol da paz, lutando para que esta região seja forte, harmoniosa, feliz e que recebe inúmeros benefícios.

Gostaria de agradecer profundamente aos membros japoneses e brasileiros pelo apoio, companheirismo e calorosa atenção que nos dispendem; aos meus familiares, ao meu esposo que está comigo em todos os momentos e ao presidente Ikeda que nos ensinou este caminho. Muito Obrigada !

 

Preciosa Colaboração de
Charles Tetsuo Chigusa
chigusacharles@hotmail.com Tóquio - Japão


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