Relato de Experiência
Antonio Quintela


Meu nome é Antonio Quintela, sou  Resp. da Área Miguel Couto – Área Sol, após o dia 16 de março de 98, em meio a uma grande vitória de uma atividade onde conseguimos reunir mais de quinhentas pessoas em uma faculdade.  Entrei para o grupo Sokahan da BSGI, que é um grupo de recepção e que trabalha nos bastidores de uma atividade, e fiz um objetivo de concretizar 10 novos membros no grupo. Com isso lancei um grande objetivo de conseguir um emprego, e decidi que iria ganhar dez salários mínimos.  Estava com vinte anos de idade.  Logo após o 16 de março, uma atividade que é realizada por jovens na qual eu liderava, surgiu uma proposta de emprego, na área de saúde, na qual eu era recém formado como Auxiliar de Enfermagem.  Era um paciente particular, em fase terminal.  Então dei o preço, e a principio não foi aceito o valor.  Então voltei para casa, e dois dias depois fui chamado, e já estava trabalhando.

Até aqui tudo parece perfeito, mas comecei a viver os piores dias da minha vida, pois sofri muita discriminação por ser jovem e morar na baixada Fluminense.  As pessoas diziam, como um advogado importante, vai ser tratado por um adolescente e que ainda mora na baixada?  Um senhor amigo da família queria mandar um massagista e dizia que queria falar com a pessoa responsável.  Meu patrão não dirigia a palavra a mim.  Sentia-me horrível, um imprestável.  Então decidi que não iria mais passar por aquele sofrimento.  Renovei meu objetivo dizendo para mim mesmo: Sou um praticante budista por isso não posso jamais ser humilhado.  Resolvi ir todos os dias a sede da organização que fica em Botafogo, que era uma rua após o apartamento que eu trabalhava, para recitar a oração, com o objetivo de mudar aquela situação, realizava 1 hora. Decidi que quando completasse 15 dias, se não tivesse mudado, iria largar o emprego, pois não há  dinheiro que possa pagar sua dignidade. No jornal 1556 diz: que um homem inteligente tem pouco valor se não tiver respeito.  Quando completaram os quinze dias, misticamente meu paciente havia mudado de médico.  Então seria nossa primeira consulta com o novo médico.  Acompanhei meu paciente juntamente com meu patrão que era irmão dele, a filha que mora em Petrópolis, e a irmã que mora em São Paulo.  Chegamos na clinica e somente as duas entraram para conversar com o médico, e eu fiquei do lado de fora com meu paciente e o irmão dele.  Fazia a oração mentalmente, pois aquele era um dia decisivo.  Quando elas saíram foram conversar com o irmão, foi quando ele disse: A partir de hoje, vocês não falam nada comigo, pois quem irá cuidar dele é o Antônio.  Neste momento evidenciei toda a minha prática, e as coisas começaram a mudar.  A irmã resolveu ir todos os dias para o apartamento para me vigiar, foi quando mostrei todo o meu profissionalismo, e que eu não estava ali para brincar.

Em nossa primeira consulta na radioterapia, desta vez eu entrei junto para conversar com a médica, a irmã dele falou que não tinha como ele fazer a radioterapia todos os dias, pois ela iria voltar para São Paulo e não tinha ninguém para levá-lo. Foi quando a médica que não me conhecia disse: Olha quanto a isso você não precisa se preocupar, pois pelo que eu vi, o enfermeiro que vocês tem, entende do assunto, e vocês podem deixar tudo com ele, que ele irá resolver sozinho.  Dificilmente eu falo isso, mas deu para ver que ele é um rapaz confiável.  Não acreditei naquilo.  A irmã virou para médica e disse: É o Antônio foi a melhor coisa que aconteceu com meu irmão. A partir daquele dia passei a resolver tudo.  Um mês após ele veio falecer, no dia em que eu estava de plantão.  Fazia a oração todos os dia no ouvido dele, e dizia para que ele repetisse, pois isso iria amenizar a doença dele.  Foi quando poucos dias antes de ele falecer, ele recitou a palavra NAN, que significa devotar a própria vida.

No dia do seu enterro, todas as pessoas vieram me cumprimentar, ganhei alguns pertences dele, como relógio, perfumes, roupas e gravatas, tudo importado dos EUA e sem uso.  Quando meu patrão veio acertar o meu pagamento, ele me pagou 2 vezes a mais que o combinado. 

Percebi que este emprego foi para me mostrar que posso realizar qualquer coisa através da prática da fé, pois quem quer fazer alguma coisa acha um meio, e quem não quer acha uma desculpa.  Consegui concretizar os 10 novos membros no grupo Sokahan. Grupo ao qual hoje sou responsável da secretária  do Rio de Janeiro.

Chegou o ano 2000, Ano da vitória rumo ao século do Humanismo. e o início foi muito difícil. Estava desempregado e por isso não tinha coragem de visitar meus membros, pois eles também estavam desempregados.  Em janeiro precisava viajar para São Paulo e não tinha R$ 1,00, mas fiz uma luta e viajei, voltei muito mais forte e decidido a conseguir um emprego, decidi procurar emprego em outra área, na área contábil na qual sou técnico.  Distribuí  vários currículos, mas nunca era chamado, então fiz um currículo e entreguei para o meu antigo patrão, isso depois de um ano,  ele trabalha em uma grande empresa que tem uma filial nos EUA, na qual ele é o gerente financeiro.  Em uma semana após fui chamado. Quando fiz o teste fui horrível, errei tudo, e me senti horrível, mas não desisti, e comecei  a orar. Foi quando fui chamado.  O gerente de Contabilidade me disse que não tinha ido muito bem no teste,  mais que tinha uma outra função, que eu poderia exercer, sendo que o salário é bem inferior.  Claro aceitei na hora.  O ambiente é totalmente diferente, na 1ª semana todos já sabiam que eu sou praticante do Budismo.  Com um mês, três pessoas já leram um livro da BSGI, e chegaram a recitar o Daimoku, que é a nossa oração Budista, o Nam-myoho-rengue-kyo. Sendo a maioria simpatizante.  Resolvi entrar em um curso, e perguntei se a empresa pagava, um colega riu na minha cara.  Disse a ele que a empresa iria pagar o meu curso.  Entrei para o curso e cheguei a pagar a matricula e a 1ª parcela e fui falar com meu gerente.  Uma colega de trabalho me encorajou muito e me disse: A única coisa que pode acontecer é ele dizer não.  Fiquei muito feliz. Quando fui falar com ele, ele disse “não” , porque se paga-se para mim tinha que pagar para todos.  Não fiquei triste, e também não desisti.  Continuei orando e dois dias após meu gerente me chamou na sala dele e pediu para ver as papeladas do curso.  Então ele pediu as boletas bancárias que eu havia parcelado, que dava um total de R$1.000,00.  Ele saiu da sala e voltou e me chamou, disse que não ia pagar aquelas parcelas.  Pediu para que eu voltasse no  curso para pegar uma única boleta, pois ele iria pagar a vista.  Saí da sala sorrindo. Três meses após fiz um outro curso do (IOB).

Hoje trabalho nessa empresa – Grupo Multiplan onde existem sete empresas.  Sou respeitado, valorizado e tenho um relacionamento harmonioso com todos na empresa.  Em uma orientação o 2º presidente da SGI Sr. Jossei Toda disse: “Não são os outros é você.  Os senhores é quem devem mudar, precisam primeiro  transformar a si mesmos.  Tudo irá começar a mudar assim que os senhores começarem a agir de uma maneira nova e revigorante”.

Sofri sozinho, e sem que ninguém soubesse de minhas dificuldades, sempre me baseei desde o início de minha pratica no budismo, na frase que diz: Se crer neste Gohonzon e professar o Nam-myoho-rengue-kyo, não haverá oração sem resposta, nem pecado imperdoável, toda fortuna será concedida e toda justiça será provada.  Deixei de lado minha covardia e assumi a coragem que todo discípulo deveria ter.  Estou muito mais forte e decidido.  Para vocês que estão sofrendo com algum problema, conclamo a todos os senhores a manifestar, através da vigorosa luta o seu verdadeiro aspecto de vencedor.

Agradeço a todos que me apoiaram, e os que me criticaram, agradeço a área Sol, ao Subcoordenador da Divisão masculina de Jovens e grande amigo Cleuci da Silva, quero dizer que você fez parte da minha história, e com um grande papel. Também a minha querida mãe que me apoiou em todos os momentos.  E não posso deixar de agradecer ao meu Mestre Daisaku Ikeda, pelas diversas homenagens oferecidas, em todas as minhas vitórias. Mesmo ainda jovem tenho construído uma história de realização, já tenho muito para contar, e vocês, já criaram a sua história? Deixo no ar essa questão. Você como jovem pode construir uma história de realização ou uma história de sujeira, você é quem escolhe. Mais uma vez o meu muito obrigado.

 Preciosa Colaboração de Antonio Quintela - e-mail a.quintela@uol.com.br 

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