Relato de Experiência
Por M. Gail Edmonds-Bunn, SGI dos Estados Unidos


Transformando a ira como veiculo para o bem estar social
 

Quando eu comecei a participar da SGI dos Estados Unidos, eu poderia dizer que era a pessoa mais irada de todo o mundo. Quando os meus veteranos me disseram que um dia, a minha raiva poderia criar valor, eu não conseguia entender como isto poderia acontecer.

Quando mudei de Nova Iorque para Long Beach, eu adquiri a minha casa própria. Eu pensei que era o lugar perfeito, mas a minha vizinhança estava infestada com traficantes de drogas, prostitutas e integrantes de gangues. A policia local calculava em 10 mil, os integrantes de gangues em Long Beach.

Logo, as minhas noites consistiam em recitar o daimoku e chamar a policia.

Quando o presidente Ikeda veio aos Estados Unidos em 1990, eu fiquei emocionada pela sua determinação para que sejamos cidadãos modelos. Por três anos, eu havia falado para os meus vizinhos sobre a pratica budista, mas nenhum deles ao menos chegou a entrar na minha casa. No verão de 1990, os traficantes de crack tomaram conta de um apartamento situado do outro lado da rua da minha casa. Um dia, ao retornar para casa, eu encontrei um buraco de bala na parede onde estava consagrado o Gohonzon. Uma semana depois, eu acordei com um tiroteio que ocorria na casa vizinha perto do quarto dos meus filhos.

Assim, comecei a orar para que pudesse de alguma forma transformar o carma em ter que viver numa vizinhança onde as pessoas estavam sofrendo com tamanha violência. Numa reunião de estudo para mulheres da SGI-USA, nos lemos uma orientação do presidente Ikeda em que dizia: Uma mulher deve proteger seu lar e cuidar da sua família, caso uma mulher se esforce e junte forças com outras mulheres, as suas vozes coletivas poderão ter uma grande influencia na sociedade.

Um dos lideres da minha comunidade budista me incentivou a seguir as palavras do presidente Ikeda e comecei a dialogar com os meus vizinhos. Foi aterrorizante, porque eu sabia que muitos tinham parentes integrantes nas gangues. Entretanto, eu descobri que eles estavam tão preocupados quanto eu, e unidos chamamos a policia e um vereador da cidade. Eu comecei a recitar o daimoku por proteção e então ia enfrentar os traficantes e prostitutas cara a cara. Eu gritava com eles, despejando toda a minha ira. Eu os deixava amedrontados, ia para a minha casa e chamava a policia.
No prazo de duas semanas, os traficantes foram presos e a casa utilizada para trafico, foi fechada. Nos conseguimos quebrar uma rede de prostituição interestadual que operava em nossa rua e começamos um grupo de Vigilância da Vizinhança, sendo que eu fui a primeira presidente.

Um dia, todos os meus vizinhos se reuniram na sala onde estava consagrado o Gohonzon junto com um mediador da Forca Tarefa em relação as gangues do município. Ele disse que a nossa vizinhança fez com que haja esperança para o mundo.

Vietnamitas, Mexicanos, Cambojanos, Filipinos, Chineses, enfim a própria Nações Unidas estava reunida na minha casa.

A sala onde estava consagrado o Gohonzon se tornou o centro comunitário da minha vizinhança. Os meus vizinhos me disseram que por minha causa, havia esperança pela primeira vez em nossa comunidade.

O meu trabalho com os jovens e o meu maior beneficio. Nós reduzimos o crime ao trabalharmos com os jovens, para assegurar que eles tenham um futuro melhor. Eu cheguei a criar uma sala de estudos em casa, com dois computadores para que eles pudessem fazer as lições de casa.

A nossa vizinhança foi destaque nos jornais como um exemplo de uma comunidade que esta melhorando. O crime diminuiu, e a policia declarou que o nosso bairro se tornou uma das áreas mais belas de Long Beach.

A minha sala onde estava consagrado o Gohonzon estava sempre cheia de pessoas da comunidade, incluindo o prefeito e vereadores. No Natal, nós patrocinamos uma apresentação de Natal e o prefeito de Long Beach veio até a minha casa. Ele se sentou na sala aonde esta o Gohonzon e leu historias para mais de cem crianças da vizinhança.

Por mais de um ano, eu declarei as autoridades locais que a diversidade cultural e o maior problema enfrentado pela cidade. Eu entreguei ao prefeito uma cópia do discurso do presidente Ikeda em Harvard, sobre o soft power, na qual ele declara que: Nunca foi tão requisitado para as pessoas possuírem um espírito com um profundo auto-controle e domínio, quando estas são confrontadas com a confusão e tensão ocasionada pela colisão de culturas. Isto se tornou verdadeiro durante a agitação social que ocorreu no sul da Califórnia. Quando chegou em Long Beach, eu deixei o meu serviço imediatamente. Eu cheguei em casa e junto com outros vizinhos andamos pelas ruas, encorajando nossos parentes e amigos a manterem as crianças dentro de casa. Eu, junto com outros membros, recitamos o daimoku por proteção.

Eu encontrei um poema do presidente Ikeda na qual ele escreveu: Vocês venceram ! Eu vim para o Campo de Batalha da Paz, Long Beach.

Para mim, esta era a mensagem para toda a minha vizinhança, vencer era crucial. Nos vivíamos junto a uma loja de artigos médicos que tinha vários tanques de oxigênio de estoque. Se este edifício pegasse fogo, a explosão iria destruir todo o quarteirão. Na manha seguinte, nos acordamos e não encontramos nenhum incêndio na vizinhança. Nos escrevemos um boletim e encorajamos as pessoas para que mantivessem o apoio mutuo. Nós nos abraçamos, sorrimos e encorajamos uns aos outros.

Eu expliquei que este era o inicio para uma vida melhor - não somente para a vizinhança, mas para mim. Nesta pequena área de alguns quarteirões, nos erguemos a bandeira pela paz e estamos vencendo.

Minha fé no Gohonzon não somente deu esperança para os meus vizinhos a terem coragem para lutarem, como também foi fonte de esperança e um profundo senso de orgulho.


Como diz na obra Revolução Humana: A revolução de um único individuo pode mudar o destino da nação. Hoje, eu acredito que cada lar com o Gohonzon pode mudar o destino de cada pessoa. Eu acredito que podemos acabar com o crime, pobreza e falta de esperança de pessoa a pessoa, casa a casa, vizinhança a vizinhança - isto e o que o presidente Ikeda nos incentiva a concretizar.

Desta forma, eu pude desafiar o meu ambiente e usar a minha ira para lutar em prol dos direitos humanos de outros, ao invés de permitir destruir a minha própria vida.

Posteriormente, devido aos meus esforços em mudar a comunidade, o Departamento de Desenvolvimento Urbano e Moradia, me contratou como Edificadora Comunitária. Uma função que tem a responsabilidade de alcançar as áreas urbanas e ajudar as comunidades a funcionarem de forma positiva usando recursos próprios.

Atualmente, eu trabalho no estado de Nova Iorque, mas a minhaexperiência em Long Beach foi o que ajudou-me a encontrar a minha missão nesta existência.


Fonte
www.vov.com 
Tradução

Charles Tetsuo Chigusa chigusacharles@hotmail.com Tóquio - Japão 

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