Conheci uma senhora que tinha como
objetivo, realizar o chakubuku para um descendente de japonês. Felizmente, eu fui a
escolhida e a sua pessoa me transmitia muita segurança e esperança. Na primeira reunião
de palestra que participei, havia uma senhora que veio carregada até o local, pois ela
estava condenada a menos de um mês de vida. Ela não tinha um rim e o outro estava
funcionando de forma precária. Mas, com a sua decisão, ela conseguiu uma doadora e após
17 anos, ela continua viva. Sendo que a expectativa de vida para uma pessoa que recebe o
transplante é de 8 a 11 anos no máximo. Através da sua transformação, eu objetivei
transformar a minha situação e em menos de um ano, consegui me livrar da dívida que
não daria para pagar nem em 10 anos.
Em 1990, resolvi vir ao Japão para
trabalhar e participar ao máximo das atividades japonesas. Até 1995, tudo correu bem,
mas no final deste ano, comecei a ter uma hemorragia no útero, por causa de um mioma. Os
médicos me disseram que caso a hemorragia não cessasse, eu precisaria retirar o útero e
mesmo com tonturas e fadiga física, comecei a recitar o daimoku, para que não fosse
operada. Após dois meses, fiz novos exames e o perigo já havia passado, pois o mioma
havia diminuído.
Mas, no mesmo ano, deparei com um novo
desafio: havia um pequeno inchaço no lado direito do pescoço. Como não havia dor,
acabei deixando de lado. Assim, no mês de junho de 1997, comecei a me sentir muito
cansada e por diversas vezes, senti um forte pontada no peito e comecei a pensar que
estava com algum problema no coração.
Comecei a sentir falta de ar e após
voltar do trabalho, não tinha energia para fazer naa. Enquanto isto, o meu marido me
ajudava em todas as tarefas domésticas. Decidi recitar uma hora de daimoku diariamente,
mas não havia nenhuma melhora. Aos poucos, estava reclamando todos os dias e disse para o
meu marido que gostaria de voltar para o Brasil para descansar. Meu marido me incentivou
dizendo que como membro da Soka Gakkai, eu não devia reclamar desta maneira e mostrar-se
toda desanimada, pois eu estava propagando o budismo para todos os brasileiros que
trabalham na empresa e com esta postura, eu não iria transmitir nada. E me aconselhou ir
até o hospital para fazer um exame geral.
Após os exames, o médico me perguntou
se eu estava sozinha, pois ele precisava conversar com alguém da família, devido a
necessidade de eu sofrer uma cirurgia bastante delicada. Devido a minha insistência, ele
explicou que havia um tumor na região da tiróide e que este estava inchado e espalhado,
sendo que possivelmente seria maligno. Além disso uma cirurgia no local seria de bastante
perigo, devido a existência de inúmera veias e que eu poderia ficar inválida, e que a
duração seria de mais de 6 horas.
Perguntei se caso eu tivesse câncer,
qual seria o meu tempo de vida. Ele me respondeu que menos de 2 anos. Ouvi tudo sem
acreditar que tudo aquilo estava acontecendo comigo: fiquei muito chocada. Eu pensava,
isso não é verdade, não pode ser comigo. Não conseguia nem prestar atenção na
enfermeira que estava preenchendo as fichas para internação. Depois, reanimei e pensei:
eu tenho o Gohonzon e não vou perder as esperanças, vou transformar este veneno em
remédio. Relembrei uma orientação do presidente Ikeda que dizia: "Mesmo na mais
aflita situação, não perca a esperança. A esperança é a força e é também a
verdadeira fé.
Quando falei para o meu marido, o
desespero foi enorme. Tenho 2 filhas e 1 filho, todos casados e 4 netos. Eles me
incentivaram demais. Meus filhos me disseram que não havia oração sem resposta e não
perdemos tempo em sentar diante do Gohonzon e começamos a recitar o daimoku. A senhora
Miura, me orientou para que agradecesse do fundo do coração por este obstáculo, pois
seria através dele que eu iria me tornar uma pessoa forte. Eu não iria morrer pois tenho
uma missão em prol do kossen-rufu. Que tudo dependia da minha fé, mas que ela tinha
certeza que eu iria contar muitos relatos e iria salvar muitas vidas.
Desta forma, fiquei cheia de
esperança, mas meu marido insistiu que eu procurasse outro hospital. Minha chefe de
comunidade local, me levou até a clínica de Yuko Takahashi, uma das médicas que também
trata do presidente Ikeda.
Após o seu exame, houve a
confirmação. E ela solicitou para que me submetesse a uma cirurgia o mais rápido
possível. Mas, ela me disse para não se preocupar, pois isto é somente um susto. Que eu
deveria fazer daimoku como nunca havia feito até hoje. Um daimoku que expelisse toda a
sujeira da minha vida e que fizesse tremer tudo ao meu redor. Por fim, citou o gosho:
"O Nam-myoho-rengue-kyo é como um rugido de leão, que doença portanto pode ser um
obstáculo?"
Fui internada no dia 3 de novembro e
operada no dia 11. A cirurgia foi um sucesso e durou menos de 3 horas. Foi constatado que
o tumor era benigno e mais uma vez comprovei a força do daimoku. Depois de um mês,
voltei ao Brasil para descansar e neste periodo consegui concretizar um chakubuku e trazer
muitas pessoas que estavam afastadas de volta para a prática. Hoje, estou de volta ao
Japão, pois o meu filho precisava da minha ajuda. Finalizo como uma orientação do
presidente Ikeda que diz: "Para nós, não há meio termo, nós somos os melhores e
honramos a filosofia de Nitiren Daishonin ou somos os piores pois nada justificará os
sonhos não realizados. Muito Obrigada!