Me chamo Thiago Santana, sou psicanalista membro da Associação Européia de
Psicanálise, e pratico há 2 anos, e oficialmente desde 1 de janeiro de 2009,
data em que recebi o Gohonzon.
Tudo começou em janeiro de 2006, quando estava realizando uma pesquisa sobre o
conceito de Nirvana na teoria freudiana para apresentar num Congresso de
Psicanálise, e precisei recorrer aos textos budistas para obter maior
aprofundamento e fundamentação. Foi quando encontrei o site da BSGI. Entrei em
contato com a organização e ela passou o contato dos dirigentes em Sergipe.
Recebi uma visita calorosa de Eloi e Laércio (membros da divisão masculina dos
jovens), mas meu encontro
com o Budismo ainda seria mais adiante.
Um ano se passou, e em abril de 2007, o programa Fantástico (da Rede Globo),
exibiu uma série de reportagens sobre religiões, e dentre elas, o Budismo. A
reportagem apresentou eruditos, estudiosos, sacerdotes e leigos de várias
escolas do budismo, mas o que me chamou atenção não foi nenhum deles, e sim uma
senhora, diarista e budista da Soka Gakkai, que morava numa favela, e que nas
horas vagas, alfabetizava as pessoas de sua comunidade. Aquela senhora diarista
que ali estava, iniciando pessoas no universo das palavras, contribuía com PAZ
MUNDIAL independente do credo de quem a procurava. E isso me marcou demais.
Na mesma semana, recebi vários e-mails de uma lista de discussão na internet
sobre o Budismo de Nitiren, de pessoas insatisfeitas com a reportagem exibida.
Segundo elas, o programa omitiu informações sobre os objetivos da Soka Gakkai,
suas atividades e princípios do Budismo de Nitiren Daishonin. Diante desses
e-mails todos que me chegavam, escrevi a todos na lista dizendo o quando aquela
senhora me marcou, pois vi na matéria muitos falarem sobre o budismo, mas
somente ela, vivendo verdadeiramente os Ensinos do Buda. A no final do e-mail,
congratulei os membros da Soka Gakkai por terem diaristas da Paz como aquela que
vi, pois foi o exemplo de vida dela que me fez querer conhecer tudo o que a
reportagem omitiu.
Depois disso recebi vários e-mails de membros de todo Brasil e dentre eles, o de
uma senhora chamada Cármen Soares de Caçapava, São Paulo.
Os meses se passaram e não tinha ido a nenhuma reunião, pois sempre estava muito
atarefado e exausto por conta do trabalho (e numa fase onde a rotina acaba
ofuscando o brilho da vida). Foi quando 6 meses depois do primeiro contato,
Cármen mais uma vez me perguntando se já havia ido a alguma reunião e se eu
queria que ela providenciasse tudo. Fiquei impressionado como aquela senhora
havia lembrado de mim depois de tantos meses e ainda mais, o disposição que ela
teve de mediar a minha ida a reunião, mesmo ela estando em São Paulo.
Mas em “Carta aos Irmãos” Nitiren Daishonin, diz sobre a Lei: “Se a propagar,
maldades surgirão infalivelmente. Se não fossem estas, não haveria modo de se
saber que este é o ensino correto.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1,
pág. 239.)
E de fato foi o que aconteceu, pois vários problemas surgiram e isso adiava cada
vez mais nosso encontro com o Sr. Joel. E sempre quando eu, e minha esposa
Patrícia, determinávamos ir à reunião da Quinta-feira Feliz, um dos nosso dois
filhos adoecia e mais um obstáculo se apresentava.
Então, Sr. Joel combinou de nos visitar no sábado, dia 17 de novembro de 2007,
às 19h. Naquele dia, meu filho Rafael, que na época, tinha 1 ano e 11 meses,
teve uma febre que não baixava com anti-térmico e quando faltava exatamente meia
hora para o Sr. Joel chegar, meu filho teve uma convulsão causada pela febre.
Foi uma correria em casa, pensei que meu filho fosse morrer. Uma vizinha nos
atendeu e levou minha esposa Patrícia e ele ao hospital rapidamente, e eu fiquei
com o meu filho Matheus de 2 meses. Exatamente às 19h o Sr. Joel interfonou,
então falei com ele o que tinha acontecido e disse que não poderia atendê-lo
naquele dia. Mais uma vez o encontro foi adiado. E quando meu filho
convulsionou, eu só lembrava de que aquilo era alguma coisa para impedir aquela
visita. Duas horas depois minha esposa me ligou do hospital dizendo que Rafael
já estava bem.
Os impedimentos continuaram e somente em dezembro de 2007 recebemos a visita do
Sr. Joel e do Sr. Eurico, que foram bastante acolhedores e apresentaram o
Budismo de Nitiren, a organização e seus objetivos. A primeira visita a
Quinta-feira feliz foi em 24 de janeiro de 2008. O clima foi agradável e foi
excelente perceber que o Budismo de Nitiren Daishonin é simples, efetivo e
real.
Comecei a participar das reuniões e das atividades regularmente. Mas os
obstáculos se fizeram presentes numa sucessão quase insuportável. Problema no
trabalho, familiares, ficava impaciente quando realizava Daimoku e sentia fortes
dores no corpo, tudo enfim, parecia dar errado. Mas continuava recitando Daimoku
e realizando o Gongyo, embora não entendesse como a Lei poderia agir em nossas
vidas. Cármen sempre estava em contato conosco por e-mail, e sempre muito
calorosa diante dos nossos desabafos. Não entendia de onde ela tirava tanta
força, e minha admiração por ela aumentava, pois ela nunca tinha me visto
fisicamente, mas mesmo assim mantinha por minha família um carinho maternal. E
sempre nos incentivou dizendo: “Ainda iremos comemorar suas vitórias!!!”.
Fui buscar nas Escrituras de Nitiren Daishonin, respostas que me fizessem
entender melhor sobre a Lei e suas ações. Então, se fazer Daimoku diante do
Gohonzon é dialogar com o próprio Buda, quando lia os Goshos, ouvia-o em suas
orientações.
No dia 20 de março de 2008 (dois anos depois do meu primeiro contato com o
Budismo de Nitiren), escrevi o seguinte e-mail para Cármen:
________________________________________
Querida Cármen,
Suas palavras são sempre precisas! Li seu e-mail ontem e meditei durante a noite
e estou te escrevendo hoje para dizer:
"Um Leão adormecido despertou dentro de mim e está prestes a emitir um rugido
que irá espantar todas as maldades que estão dentro de mim e fazer revelar o meu
verdadeiro estado de Buda!"
Minha esposa merece o melhor de mim e meus filhos também merecem o melhor de
mim. Meus amigos merecem o melhor de mim, e todos aqueles que eu ainda terei
oportunidade de conhecer merecem o melhor de mim!
Determino que a partir desse exato momento que não falharei um só milímetro, e
se tiver de cair 10 vezes eu levantarei 11 vezes!
Nenhuma dúvida repousará em minha mente e como nunca repousou desde que conheci
o Budismo de Nitiren Daishonin por meio de suas mãos, Cármen! Nunca duvidei do
Budismo! Duvidei de minha força, mas agora compreendo que minha força e o
Budismo são a mesma coisa manifestada de formas diferentes, pois é a Lei Mística
em ação!
Essa foi uma grande vitória na minha vida e não farei desse encontro se
transformar em mais um desencontro! O Budismo é definitivo na minha vida, pois
ele não é uma ideologia que conheci, mas um sentimento que me fez acordar para a
realidade última da Existência. E mesmo que tivesse nascido para a infelicidade,
eu estaria disposto a contrariar todas as forças para demonstrar que não sou
vítima do destino e nem mesmo da vontade de qualquer um outro, e toda
infelicidade que possa experimentar tem sua causa em mim, pois é em mim que a
sinto. E sendo assim, somente eu serei capaz de fazer da felicidade algo real
para mim e para todos aqueles que se aproximam de mim!
O Daimoku é a minha vida! E farei o Universo ouvi-lo todos os dias!
Retribuirei com todas as forças os meus benefícios conquistados e serei grato em
ato a Soka Gakkai, aos Mestres e membros por toda ajuda. E isso começa a partir
de agora!
Beijos no coração!
do seu eterno amigo, filho e irmão
Thiago
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A partir desse dia todos os impedimentos se dissolveram e somente alegrias e
vitórias têm acontecido em minha família, saímos de um apartamento de 60 m2 para
uma casa de 300m2, além da conquista da harmonia familiar, e tudo tem acontecido
de uma forma mística. Muitas que jamais eu poderia acreditar que seriam
possíveis. Todos aqueles impedimentos desapareceram e nenhum obstáculo mais se
fez presente. Os incômodos durante o Daimoku a partir daquele dia desapareceram
e deu lugar para uma sensação harmoniosa de força vital. Meus filhos hoje
possuem boa saúde e tudo mais tem dado certo. Realmente posso dizer que esse é
um ensino correto, pois todas as maldades e obstáculos só serviram para indicar
isso.
O presidente Ikeda orienta: “O ouro também possui um profundo significado no
budismo. Não pode ser destruído pelo fogo nem ser corrompido ou corroído pela
água. Da mesma forma, uma pessoa que abraça uma filosofia verdadeira pode
conduzir uma existência dourada, uma vida que não pode ser corrompida nem
destruída por nenhum obstáculo nem maldade que estiver em seu caminho. É isso o
que o budismo ensina. Conduzam uma existência dourada! — esse é o propósito
fundamental do budismo e da vida.” (Brasil Seikyo, edição no 1.551, 8 de abril
de 2000, pág. 3.)
Deixo aqui registrado meu agradecimento a Família Soka Gakkai de Sergipe pelo
acolhimento, incentivo e orientação. Serei eternamente grato a todos vocês.
Agradeço também ao humanismo do Ikeda Sensei, e a eterna compaixão de todos os
Budas.
Busquei as provas documentais no Budismo, mas no lugar, encontrei a prova real
que ele me guardava. No início tudo era muito estranho e novo. E na escritura
“Resposta a Shijo Kingo”, Nitiren Daishonin afirma:
“Praticar simplesmente os sete caracteres do Nam-myoho-rengue-kyo pode parecer
limitado, mas como essa lei é a mestra de todos os budas do passado, presente e
futuro, a mestra de todos os bodhisattvas do Universo e o guia que possibilita a
todos atingirem o estado de Buda, sua prática é imensamente profunda.” (As
Escrituras de Nitiren Daishonin [END], vol. 1, pág. 268.).
Hoje posso dizer a todos vocês, com a prova real, que essa é a mais profunda
verdade.