Relato de Experiência
Vera Lúcia Yamaguchi Essaki


Meu nome é Vera Lúcia Yamaguchi Essaki, sou da cidade de Santo André, na Grande São Paulo. Conheci o budismo através da minha mãe, que recebeu o Gohonzon em junho de 1976. Na época, eu estava com 3 anos de idade. Assim, ela sempre me levava nas reuniões e através da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, cresci comprovando a transformação em minha vida.

Participei do grupo Herdeiro e na divisão das moças, onde tive a oportunidade de participar de dois festivais em 1988 e 1990. Também pude atuar como responsável de comunidade da divisão das moças.

Em 1991, tive a oportunidade de realizar um sonho de criança: vir ao Japão. Como era menor de idade (17 anos) somente poderia vir acompanhada por um responsável. Então, pedi à uma família conhecida que estava vindo trabalhar no Japão, se poderia ir junto. Desta forma, desembarquei aqui no mês de março de 1991, com um contrato de trabalho firmado no Brasil.

Após seis meses de trabalho, sofri um acidente na fábrica onde trabalhava. Estava indo levar algumas peças para o pátio externo, quando vi uma pessoa acenando para mim. Ela tentava me avisar de algo e de repente, fui jogada ao chão. Tinha sido um caminhão que entrara de ré e como eu estava de costas e tinha me esquecido de tirar os tampões de ouvido, não percebe e nem ouvi nada.

Quando dei por mim, já estava debaixo do caminhão, de barriga para baixo e entre as duas rodas traseiras. Eu gritava e recitava o daimoku, enquanto o veículo com mais de seis toneladas estava em movimento por cima de mim. Para surpresa de todos, saí de baixo intacta e somente tive alguns arranhões. Fui levada às pressas de ambulância para o hospital e felizmente não sofri nenhuma lesão.

Fiquei em repouso durante um mês, usando um colete para a coluna e implastos por muito tempo. Na mesma semana, quando saía do banho, já no corredor, acabei escorregando e caí de costas, batendo a cabeça e a coluna que já estava machucada devido ao acidente.

Depois de algum tempo, percebi que o osso da coluna vertebral ficou um pouco saliente. Em 1995, quando retornei ao Brasil, fui ao ortopedista e falei sobre o acidente. O médico pediu algumas radiografias e depois de vê-las, disse a minha mãe: "Sua filha nasceu de novo! Um milagre! Ela poderia ter ficado paraplégica, sem os movimentos das pernas e dos braços. Realmente, senti a proteção que temos através de um constante prática.

Em 1991, havia conhecido um rapaz e começamos a namorar. Como eu morava sozinha no alojamento e não havia muitas mulheres, fui convidada pelos pais do meu namorado a morar junto com toda a família. Foi ótimo, pois não me sentia mais sozinha.

Fiquei num quarto junto com a irmã dele, que já havia conhecido a prática da fé. Então, podia fazer as minhas orações tranquilamente, mesmo sem ter o Gohonzon. Mas, aos poucos, fui percebendo que a minha futura sogra era contra a Soka Gakkai. O motivo,era que ela havia conhecido alguns praticantes que agiram além do bom senso e causaram transtornos devido a este comportamento.

Nesta hora eu pensei: "Que azar! Mas, vou mostrar que cada pessoa tem o seu caráter e somente aquela que está seguindo corretamente as orientações do presidente Ikeda e os ensinos de Nitiren Daishonin, cientes da lei da causa e efeito e que podem ser chamados de verdadeiros praticantes !"

Ela até chegou a pedir para o meu namorado para nunca se tornar um membro da Soka Gakkai. Mesmo assim, eu continuava a minha prática, ía nas reuniões e meu namorado sempre me acompanhava. Em 1996, nos casamos no Brasil e nesta ocasião, a minha mãe pediu para que ele nunca me proibisse de participar nas atividades e de fazer a minha prática.

Em setembro de 1998, eu decidi receber o Gohonzon. Falei com o responsável da comunidade japonesa que me informou sobre a rigorosidade de se conceder o Gohonzon para estrangeiros no Japão. Decidida, continuei me empenhando com a certeza de obter um resposta positiva. Em janeiro de 1999, fui comunicada que receberia o Gohonzon no mês seguinte.

Fiquei muito feliz e no dia 28 de fevereiro participei de uma cerimônia muito bonita com mais de 30 pessoas que iriam se converter também. O que me deixou muito feliz foi que o meu marido esteve presente comigo em todos os instantes.

Hoje, tenho a boa sorte de ter um marido compreensivo que me leva nas reuniões e até me cobra quando falho nas orações. Agradeço também a sra. Maeda pela constante ajuda e todos os companheiros. Muito Obrigada!

Preciosa Colaboração de

Charles Tetsuo Chigusa chigusacharles@hotmail.com Tóquio - Japão

Volta a seção de Artigos

 As Mais Belas Histórias Budistas
http://www.maisbelashistoriasbudistas.com/  - contato@maisbelashistoriasbudistas.com